23.9.09

Art Toys + Street Art - O livro "Vinil Will Kill"



VINYL WILL KILL – an inside look at the designer toy phenommenon
Produzido por DESIGN Lab em parceria com Kidrobot (S. Francisco/NYC) e Colette (Paris)
Editora IDN Hong Kong - 1a edição 2004
234 x 234 mm - 232 pags em cor – caixa especial



Vinyl Will Kill – o nome “Vinil vai Matar” vem do trocadilho fazendo rima do material do qual são feitos os bonecos e uma brincadeira sobre o contraste punk x fofo dos monstros lindinhos - que acabam virando assassinos (lembram Chuck e Gremlins?).

Uma foto gaiata feita no estúdio da Kidrobot, empresa pioneira e parceira do livro (que tem lojas em no Soho (N.Y.C.) e São Francisco) ilustra o "clima": todo o pessoal jaz caído no chão e na frente de seus computadores, e no primeiro plano, um bonequinho “serial killer” sorri... Mas tudo é principalmente uma referência ao tiro certeiro no bolso de colecionadores que não conseguem parar com a "mania".

São 44 entrevistas com toy makers e designers de diversas empresas ou núcleos da área, que revelam como acontece a concepção, os desenhos, o processo de fabricação e distribuição, a promoção, vendas em lojas e online e ainda o relacionamento com os artistas que assinam os bonecos criados pelo mundo afora, especialmente EUA, Japão, Austrália e UK. Suas motivações pessoais sempre partem da paixão em comum pelo universo pop: quadrinhos, animação, ilustração, grafite, e por aí vai. Vários deles já trabalharam em alguma destas áreas, ou então, antes mesmo disso, já brincavam e prestavam atenção ao assunto, como Gregory Blum, da StrangeCo, que quando garoto era fã e já colecionava, como a maioria deles, bonequinhos Lego, Star Wars, Smurfs e Fisher Price Adventure People.

Gregory conta que trabalhou inicialmente na Kidrobot colaborando, ao lado de Jim Crawford, na concepção e no desenvolvimento do site de venda dos bonecos, paralelamente à abertura das lojas da empresa. Em 2002 saíram para fundar a StangeCo. O objetivo era desenvolver a própria marca de brinquedos e focar uma distribuição mais ampla, por perceberem o enorme potencial deste mercado. Nada mais sintético para demonstrar a tendência que permitiu a criação de bonecos exclusivos para a indústria de moda: a Adidas lançou o “Ray”, um boneco-lata de spray criado por Ken Joho (do Head Lock Studio), e a Nike produziu uma caixa fechada como cadarço de tênis com vários bonecos criados por Andy Walker.

A parisiense Colette, loja multimarca de roupas, cosméticos, livros e cds mais fashion e celebrada do planeta, também colaborou para impulsionar esta tendência expondo em suas vitrines bonecos de artistas como Kaws, Mist, Tim Tsui e Rolito, sob a curadoria da francesa Sarah, cuja regra número um é encontrar novos estilistas e artistas a ponto de estourar no cenário fashion, neste caso, dentro de um enfoque street art.

O livro mostra toda a gama de formatos e estilos de bonecos – monstrinhos, quase abstratos, grafitados, esquisitos, fofos e referenciados no universo cartoon e cult movie como StarWars. Mas entre os bonecos imperdíveis como personagens hip-hop estão os Biddies e os adoráveis bonecos DJs “street fashion” da série da Monkey-Playground de Jason Siu, com roupinhas de tecido e acessórios perfeitos, incluindo mochilas, jaquetas (com mini-zipers) e tênis, gorros, bonés e medalhões e suas pickups e headfones. Casos de sucesso de quem soube aproveitar o lado funny da globalização acreditando na criatividade para temperar a indústria de consumo para adultos.

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Em 2006 uma revista bacana estava sendo lançada aqui no Brasil. Era a Street Magazine, com foco na cultura de rua, matérias sobre grafite, livros, comportamento, arte, moda... O jornalista Lula Rodrigues, como editor chefe, escalou um supertime: na revista # 1 vinham uma entrevista com Marcelo D2, fotos tiradas pelo celular de Cora Rónai, resenha de Tom Leão...por aí vai. Infelizmente como zilhares de projetos editoriais locais e nossa conhecida realidade econômica, a revista não prosseguiu.

Fui convocada como colaboradora e escrevi algumas matérias, algumas das quais esqueci na gaveta. De repente lembrei que, mesmo passado algum tempo, são coisas que valem a pena divulgar. Esta resenha é uma delas.

Aliás, para quem não sabe, Lula Rodrigues conta literalmente tudo sobre moda masculina no seu blog Moda Masculina Em Foco (O Globo).

7.8.09

DO BAÚ: Pérolas da propaganda nacional * Jingles Inesquecíveis

Alguns jingles tornaram-se clássicos: fariam o orgulho de qualquer músico que trabalhasse no ramo. Belas pequenas canções que trataram de "grudar" nas cabecinhas. Isso numa era pré-digital, com gravação analógica e poucos canais.

Há anos atrás, na década de 90 quando trabalhava como produtora musical na ARIA Produções, fiz com meu sócio um curso sobre música para propaganda na ESPM, com Lula Vieira. Com um gravador - de rolo - ele ia mostrando as pérolas criadas pelos compositores reis do pedaço: Eduardo Souto e Neto, Zé Rodrix, Paulo Sérgio e Marcos Valle...e outros mais antigos.

Por exemplo, uma espécie de rap pré-histórico: "Adivinhe o que é que brilha mais no assoalho da mamãe, no sapato do papai? Falou mamãe, muito bem! Falou papai, acertou também! Cera ODD que maravilha, Pomada ODD pomada que brilha, lustra o sapato da famíla!"

Quem diria. Aprecie aqui.

Liberdade é uma calça velha...
Nessa época o discurso hippie "flower power" encontrava eco entre os jovens. Anos 70. 1976.
A marca de jeans não existe mais: U.S. Top.



Hoje existe tanta gente que quer nos modificar...
Hoje a Pepsi ainda existe. E naquela época, era outra marca que também usava o discurso hippie: defendia até a calça azul e desbotada. Que era assim algo...transgressor (!). Um clima meio "Hair".
Agora o jeans é vendido até já rasgado!(Jingle de Sá e Guarabyra).



Quero ver você não chorar, não olhar prá trás, nem se arrepender do que faz...Jingle de natal do Banco Nacional, que não existe mais. Essa versão filmada já é a segunda. A primeira era em preto e branco e tinha um arranjo diferente.
O garotinho faz a último solo do coral, e corre para chegar à tempo.



E voltando mais no tempo:
Não adianta bater...
Casas Pernambucanas, quando a TV era ainda preto-e-branco. Mas a música é uma graca. Adoro os contra-cantos do naipe de metais, e os "errrres" da locução e da cantora.



Está na hora de dormir, não espere mamãe mandar...
Ainda no setor "cama-mesa-e-banho", o singelo comercial dos Cobertores Parayba ainda ajudava as donas de casa a colocar ordem na casa e na criançada. O comercial é de 1961.





Para ouvir mais a fundo os jingles desde os anos 50:
Jingles e Comerciais Famosos de Rádio e TV
ou aqui:
Clube do Jingle (para baixar)

DO BAÚ: Pérolas da propaganda nacional * Animação I

Há quem não saiba, mas as imagens e edições de vídeo nem sempre foram digitais: não havia Photoshop, nem After Effects, Final Cut ou Premiere. No som, nem se fala: nada de ProTools, Logic, Sonar, SoundFordge e afins.

Os anúncios das décadas de 60, 70 e até 80 eram feitos na lógica analógica mesmo, mas muitos deixaram saudade e ficaram no inconsciente afetivo de uma geração. Alguns fofos, outros engraçados. Quer ver?

Cotonetes Johnson: cantando no banheiro.

O Chato de Ser Bebê...
Muito fofo. Cotonetes Johnson



Não Esqueça a Minha Caloi...
Método infalível.



A Baratinha Ia-Iá...Rodox não!!
Na primeira versão (que não encontrei!), a baratinha cantava vestida de Carmem Miranda, até ser trucidada. O tiro saiu pela culatra: reza a lenda que o público teria simpatizado tanto com a baratinha, que ficou hostilizando o produto. E a Rhodia teve que tirá-lo do ar...
Entrou esse no lugar, com a baratinha mais sóbria. Coitada! Proibida de cantar.


Extrato de Tomate Elefante (o da Mônica...



Fósforos FIAT LUX...Esse não é desenho, mas animação quadro-a-quadro. A execução é bonitinha. Um tanto militarista...prefiro imaginar uma troca de guarda no Palácio de Buckingham que uma cena de quartel no contexto nacional na década de 60...pós 64.

18.3.09

Gentileza gera Educação gera Gentileza gera...

Cena típica: levo meu filho de carro para a escola particular, e no sinal fechado, topamos com crianças malabares que honrosamente vêm à janela em busca de algum trocado. Ele me pergunta: - porque? Fico sem resposta, enquanto um tratado sociológico roda em background na minha cabeça em busca da explicação. E enquanto me preocupo(!), eles, os políticos, se "ocupam" de criar fabulosos planos de auto-remuneração progressiva. Em efeito dominó, a corrupção em cadeia (!?) vai contaminando todas as camadas e estruturas, até chegar na nossa casa. Vai explicar.

Entender o que se passa é o primeiro passo. Educação é patrimônio, de cada pessoa, do país. Patrimônio que, por sorte, é pessoal e transferível. Nesse panorama, me parece que educar é preciso, e poéticamente gosto de dizer que só a arte salva (arte de qualquer ofício - para se fazer ou degustar). Não adianta tapar o sol com a peneira. As diferenças sociais são tão abismais que interferem no dia-a-dia da mais alienada das criaturas. A falta de perspectiva latente reage de forma violenta, na vida de quem não tem mais nada a perder.

Seja então o caso de partir para a ação: ação social, voluntariado, cidadania. Arregaçar as mangas na base do faça-você-mesmo. Ou apoiar e divulgar quem faz e tem iniciativa, ou pelo menos, refletir. Em escala micro, média ou macro, pode-se fazer o que é possível - saindo do mero pensamento positivo (!), ao menos trocar idéias. Já dizia uma amiga: para conseguir é preciso tentar. E ninguém disse que era fácil.

Não dá para manter a visão idílica dos anos de chumbo. A mera polarização - esquerda, direita, volver - prá lá de demodê, encontra um cenário complexo de ideologias, fanatismo e pragmatismo. Por sorte a alma se alimenta de pequenas realizações, ainda mais se temperados de literatura, cinema, teatro, música, arte ou ainda artesanato. E a vida começa a fazer sentido.

Trazendo um pouco esperança no ar, renovando a aridez que nos assola a confiança no futuro, algumas iniciativas têm alcançado belos resultados. São aquelas que passam ao largo de abordagens paternalistas ou meramente assistencialistas, ou de ONGS em benefício a causas próprias. Interferência na realidade buscando transformá-la. Nesse caso, para melhor.

Inspirando a todos nós, aqui e ali há exemplos conhecidos. Realidades paralelas de transformação. Na área da moda, o Coopa-Roca, da Tetê Leal, visionária que levantou esse projeto na Rocinha há quase 30 anos, com resultados incríveis. Em Sampa, a Cooperifa de Sergio Vaz recebeu uma matéria na revista Época (domingo, dia 8/3/09) sobre seus saraus de poesia e o projeto Cinema na Lage que acontecem na periferia. Mas o que me encantou - aliás emocionou de verdade, sem nenhuma condescendência - foi conhecer o Galpão Aplauso, um projeto onde jovens de baixa renda recebem educação artística com nível profissionalizante de qualidade, trabalhando com visível paixão naquilo que fazem.

A diferença está na possibilidade de trazer perspectiva de vida fértil e produtiva para muita gente que a princípio não tem acesso a muita coisa interessante na vida. Sobrevivência e só. Pura injustiça. A gente não quer só comida. Toda a gente. E quando tem diversão e arte a coisa muda de figura, passa a valer a pena construir e evoluir. Alguém tem uma boa idéia?

8.3.09

Aplausos para o GALPÃO APLAUSO


Pois é...Confiar em projetos do Estado e seus (nossos?) representantes políticos para solucionar problemas já clássicos do nosso país é missão impossível. Tudo soa insuficiente. Mesmo sabendo que a sociedade é mais do que sua cúpula, separar joio do trigo é como procurar agulha no palheiro. A não-ética está mesclada por todas as camadas. Condutas exemplares estão raras, mas existem.

Noticiários denunciam a incapacidade de solucionar o básico. De um lado, políticos com "rabo-preso". Do outro, mão amarradas de gente que tem boa intenção, mas que se vê trabalhando de perto ou de dentro do governo, contra uma máquina chamada correlação de forças. E a alma, como é que fica?

Pois não é que, na contramão desse desgosto, tive a alegria de encontrar um projeto encantador?
SIM! A ponto de me emocionar: o Galpão Aplauso. Um espetáculo!!!

Não apenas uma peça de teatro, mas um enredo de transformação positiva do ser humano, gente reunida para realmente melhorar a vibe do planeta. Sem nenhuma condescendência, fui surpreendida pela qualidade técnica e candura reunidas numa espécie de "Asdrúbal Trouxe o Trombone da periferia"- a história dos atores montada em forma de esquetes. Arrasando na forma e conteúdo.

"E aí, qual é a boa?" - perguntei num sábado à noite, dezembro de 2008. Convidada pela Regina (que show de amiga!), na hora combinada na frente do Jockey, fui esperar por um dos ônibus que nos levaria, num grupo grande, nesse dia, com a atriz Christiane Torloni, para assistir a uma peça teatral, num espaço em Santo Cristo, perto da Rodoviária Novo Rio. No caminho, um garoto pegou um microfone, e feito guia turístico, explicou que antes da peça TODO MUNDO É MUNDO que iríamos assistir, haveria um tour pelo Galpão para apresentar o projeto.

Lá estava tudo superorganizado. Fomos conduzidos primeiro a uma espécie de grande "ginásio" esportivo, chamado (se não me engano) de "Talentos da vez": primeira fase para a garotada que chega ao projeto, egressa de "comunidades" variadas - um supermix. Ali tomam contato e têm a oportunidade de se testarem em aulas de circo, música, teatro. Toda a estrutura obedece a uma lógica sólida, e funciona institucionalmente, através da iniciativa e trabalho da equipe capitaneada por Ivonette Albuquerque pelo Instituto Stimulu.


As aptidões vão se revelando e - não parece orgânico ser assim? - a garotada vai sendo encaminhada para cursos mais específicos, e, ao mesmo tempo, têm aulas em oficinas profissionalizantes - carpintaria, serralheria... Quem não se encontra no palco, descobre os bastidores, cuidar da infra: cenotécnica, iluminação, costura para figurinos. Indo cada vez mais fundo, mas na direção escolhida, jovens ex-carentes viram pessoas realizadas e cheias de perspectiva. Vida melhor, emprego, vontade de progresso.

O espetáculo, dirigido por Gilberto Gawronski, revela esses talentos, mesmo. Vozes arrasadoras cantando, acompanhada pela banda de músicos. Dança e coreografias circences, suingue total. Como uma primeira experiência de um grupo de teatro, o resultado é surpreendente. Nesse dia, ao final do espetáculo, la Torloni fez um discurso emocionado, contando que soubera que o sonho de uma das jovens atrizes da peça era conhecê-la, quem diria, ela que estava vendo um sonho.


Para conhecer mais sobre o Galpão Aplauso e a Cia. Aplauso:

Cia.Aplauso: Todo Mundo é Mundo
Matéria de João Pimentel (O Globo - RioShow)

7.3.09

A gente não quer só comida...

Um capítulo a parte nessa "visita guiada" ao Galpão Aplauso foi encontrar o galpão de artes plásticas. Conhecido pelo sugestivo nome de "Centro Espacial" tem como coordenador ninguém mais que Vik Muniz.

Vendo aquela pequena exposição montada pelos jovens alunos foi possível perceber que a sensibilidade bem conduzida pode gerar grandes e gratas surpresas. Quisera fosse possível trazer muito mais deste tipo de estímulo para a grande massa da população. Haviam idéias ali que, se tivessem a oportunidade de seguir seu curso de amadurecimento, poderiam vir a participar num futuro de qualquer importante salão de arte contemporânea. O entusiasmo, o questionamento e a consciência artística na busca estética já estavam claros. São sementes plantadas. Uma pena que não havia trazido comigo uma câmera.

Para tentar ilustrar, recolhi imagens da primeira edição da mostra do Centro Espacial do próprio site do Galpão Aplauso, em torno da mesma época da minha visita ao local.

Um tempo depois, buscando saber mais vi que novas mostras e eventos se seguiriam, como uma participação na exposição do INMETRO na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2009. Reproduzo aqui a descrição do site: "Os jovens do Centro Espacial participaram desde a concepção da exposição à montagem final. E trouxeram a linguagem urbana através do grafitti e intervenções visuais e a tecnologia com a produção de filmes que foram assistidos pelo público dentro da exposição."

Ao longo do tempo, como vim a descobrir, outros desdobramentos surgiram desta interface Vik + Centro Espacial/Galpão Aplauso, como uma parceria com a Lancôme, que patrocina o Centro, e a grife Raia de Goeye: uma camiseta com edição limitada e venda revertida para o projeto. Mas o Centro Espacial é "escondido" mesmo, como é dito neste trecho da reportagem do Fantástico, que mostra um pouco a dimensão da coisa. Depois daquela visita, não ouvi muito mais a respeito do Galpão Aplauso.





O que fica de tudo isso é a certeza de que essas experiências de arte vivenciada trarão frutos para toda a vida na alma desses garotos. É outra perspectiva que se abre. A vida é dura, mas "a arte salva".

Abaixo, uma experiência de stop motion feita pelos alunos do Centro Espacial, exposta naquele evento INMETRO da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.

4.3.09

CALEIDOSCÓPIO


Olhar uma bela imagem.
"CALEIDOSCÓPIO" deriva das palavras gregas
καλός
(kalos)="belo, bonito",
είδος (eidos)="imagem, figura", e
σκοπέω
(scopeο)= "olhar (para), observar".
CaLEidOScÓPiOS VIRTUAIS PARA BRINCAR (links mais abaixo...)

Simetria reflexiva. Quando criança me fascinava com caleidoscópios. Um deles tinha pequenos pedaços de vidro colorido que faziam barulhinhos cristalinos e lindos de ouvir, acompanhando as mandalas numa surpresa infinita, como sinos de vento. Que lisérgico.

Um dia ganhei um kit de ótica, daqueles tipo pequeno cientista. Não acreditava o quanto aquela viagem num tubinho podia ser tão fácil de fabricar, até de forma caseira. Fora todas aquelas noções de física empírica intuídas na brincadeira. De onde teria saído isso?




Em 1791, sem kit nenhum, um garoto-prodígio de 10 anos de idade, (futuro) Sir David Brewster, escocês e sagitariano (meu signo!), construía sozinho um telescópio. Em 1816, aos 35, inventaria nosso encantador brinquedinho, o caleidoscópio, após fértil dedicação ao estudo da ótica e ao desenvolvimento de intrumentos científicos, publicados em um de seus livros, "Um Tratado Sobre Novos Instrumentos Filosóficos".

Qualquer fotógrafo hoje sabe o que são um filtro polarizador, ou um fresnel (nome de um outro físico). Todos já viram, pelo menos no cinema, aquele gigantesco vidro de lentes poligonais ampliando ao longe a luz dos faróis modernos. Estas são algumas das grandes contribuições daquele tal David, um garoto curioso que, quando cresceu, acabou inventando mais "brinquedos": o estereoscópio lenticular, a câmera binocular (da estereografia - vai fundo! Red and violet: the impact of Brewster stereoscopy), polarimetro - além de descobertas úteis para aplicações práticas como fibras óticas, lasers...

Este cartão montado de estereografia colorido à mão, mostrandoSir David Brewster e seu Estereovisor de Brewer foi publicado por London Stereoscopic Company e vendido por sua loja de New York em torno de 1820. Reprodução cortesia de T.K. Treadwell, Institute for Photographic Research, Texas, USA.



eu pergunto: como é que dava tempo ??!

Conheça algo mais sobre visão da luz ao longo da história neste ensaio gostoso de ler: desde os filósofos gregos da Antiguidade e passando por Kepler, Galileu, Descartes, Newton...
CRONICA DA ÓTICA CLÁSSICA
Bassalo, J. 2008 Nov 4. Caderno Brasileiro de Ensino de Física [Online]

CaLEidOScÓPiOS VIRTUAIS


Você também pode brincar de caleidoscópio.
Para se divertir nos momenos de tédio ou praticar suas habilidades como "pintor de mouse".
Já que Sir Brewster (o inventor do caleidoscópio) insiste...

Chame as crianças, elas também vão gostar!
Há vários caleidoscópios interativos na rede, aí vão alguns:

1- My Oats
2- DToy vs Byokal
3- Kaleidoscope Painter
4- Floco de Neve (no centro)

1.3.09

Never Mind The Pollock: just play him!


ou "Como brincar de Pollock por 1 dia"

Brinque de Pollock pintando com o mouse clicando AQUI. Uma dica: cada clique troca a cor e a rapidez muda a intensidade. Também dá para baixar uma versão para o iPhone. Use a intuição e DIVIRTA-SE... !

Jackson Pollock (1912-1956), artista americano representante do Expressionismo Abstrato, disse certa vez: "Quando estou em minha pintura, não tenho consciência do que estou fazendo". Pollock, que fez terapia junguiana, explorava em seu trabalho a espontaneidade de gestos, abolindo o cavalete e preferindo esticar a tela no chão, enquanto improvisava efeitos de respingos de tinta como expressão pessoal do próprio ritmo. "Antes da ação, não há nada: nem um sujeito, nem um objeto." - dizia; " Quero expressar meus sentimentos mais do que ilustrá-los"..."não há acaso, assim como não há começo meio e fim".

Sua técnica de pintura recebeu o nome de "Action Painting" (Pintura em Movimento) do crítico Harold Rosenberg, em 1952.
Irriquieto e temperamental, Pollock teve a carreira impulsionada pela esposa e também artista Lee Krasner, mas tinha problemas de alcoolismo e acabou morrendo cedo, aos 44 anos num acidente de carro. O filme biográfico "Pollock" (2000) dirigido pelo ator Ed Harris, que faz o próprio, é bem legal para saber mais sobre ele. Abaixo, o verdadeiro Pollock em ação.